Desde remota época o povo cristão professou a total pureza de Maria ou a Virgem isenta de pecado. Tal deveria ser aquela que se tornaria tabernáculo do Altíssimo, trazendo em seu seio o Filho de Deus. A Liturgia no Oriente e no Ociedente professa essa crença do povo de Deus.
Os teólogos, porém, hesitavam a propósito, julgando que, se Maria foi isenta de pecado, ela estaria fora do âmbito da salvação trazida por Cristo. Eis porque grandes mestres como São Bernado e São Tomás de Aquino rejeitaram a Imaculada Conceição de Maria nos sécs. XII e XIII. O impasse só foi resolvido quando o franciscano João Duns Scotus (+ 1308) propôs a fórmula exata: Maria teve o débito do pecado original, mas não sofreu o próprio pecado, pois foi remida por aplicação antecipada dos méritos de Cristo. Por conseguinte, Maria deve a Cristo a sua total isenção de pecado.
Após Duns Scotus foi-se afirmando sempre mais a fé do povo católico na Imaculada Conceição a tal ponto que no séc. XIX numerosas petições formam enviadas à Santa Sé, pedindo a definição do dogma – o que ocorreu em 8/12/1854, com o Papa Pio IX.