O mal não é algo de positivo, mas é a carência de algo que deveria existir. Assim a cegueira no homem é um mal, mas não é um mal na pedra.
Sendo assim, o mal não tem causa direta. Só pode ser indiretamente produzido por uma criatura que seja capaz de produzir o bem imperfeitamente. Donde se vê que Deus não pode ser a causa do mal. Ele é perfeito por definição. Um Deus que produza o mal não é Deus.
Quanto ao sofrimento, é paradoxalmente uma prerrogativa das criaturas mais perfeitas; assim, a pedra não sofre; o cão geme e sofre; o ser humano, quanto mais humano, tanto mais sofre. Além do que, notemos, como diziam os gregos antigos, pathos mathos, sofrimento é escola.
Na Sagrada Escritura, o sofrimento é apresentado como processo educativo de Deus em relação aos seus filhos bem-amados (Hb 12,3-10; Ap 3,19). Assim, o cristão deve ver no sofrimento uma visita de Deus, que quer educar e santificar seus filhos.